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sábado, 26 de junho de 2010

PASTOR SAMUEL ALVES ARRUDA - Nossa homenagem


PASTOR SAMUEL ALVES ARRUDA

Um histórico e uma homenagem de nossa Igreja

No último dia 13 deste mês de junho, ao aproximar-me dos portões do Templo Batista, um grupo de irmãos me esperava para transmitir uma noticia que não gostaríamos de ouvir. Meu tio, Pastor Samuel Alves Arruda, acaba de partir para a eternidade. O chão sumiu, evidentemente. Meu tio era um pastor muito amado para todas as ovelhas que passaram por suas mãos. Mas para mim...ainda era o tio querido de minha adolescência. O que se passou nas horas seguintes é de conhecimento de todos. Mas o escrever algumas linhas sobre seu tempo entre nós na Igreja Batista, é tarefa que ficou sob minha responsabilidade.

Meu tio nasceu em 7 de fevereiro de 1936. Aos doze anos de idade um trauma que marcaria a família para sempre. Jogando bola com os colegas ele caiu e quebrou o braço. Um serviço descuidado do médico contribuiu para que ele tivesse o braço cortado. O episódio comoveu a cidade. Quem conhecia a fama de meu avô alertou o médico. Mas Seu Luiz agora era “crente”. E teve oportunidade de testemunhar ao médico. Não fosse “Jesus” e a tragédia ainda seria maior...

Mas meu tio sobreviveu. Tudo o que diziam que alguém com apenas um braço não poderia fazer, meu tio se encarregou de desmentir. A foto que ilustra essa página é um desses exemplos. Fez curso no Belas Artes de Araraquara. Esta é uma das obras que foi conservada e está em poder de familiares. Penso que só não fez o que não quis fazer. E assim viveu os anos seguintes sempre debaixo da proteção da oração e do cuidado incessante de sua mãe.

Aos 20 anos de idade, precisamente em 10 de junho de 1956, ele foi batizado no Rio Tietê pelo pastor João Lemos, missionário visitador de nossa Convenção. Em julho de 1956 foi escolhido como Vice presidente da Escola Bíblica. De 14 de julho de 1956 a 01 de julho de 1960 foi o nosso segundo secretário.

Casou-se no dia 5 de novembro de 1959, em primeiras núpcias, com a irmã Elza De Pardo. E em 01 de julho de 1960 tornou-se o primeiro secretário da Igreja, cargo que ocupou até seu desligamento em 1965.

Em 06 de julho de 1960 era escolhido como Líder dos chamados “Intermediários”, hoje conhecidos como adolescentes. É desse período minha maior lembrança de seu carisma e de seu carinho. Já era tão notado seu talento para o ministério que a Igreja chegou a recomendá-lo, oficialmente, para ser recebido no Seminário Batista do Norte do Brasil em agosto de 1960. Mas os acontecimentos se atropelaram e ele não teve possibilidades de cumprir esse propósito.

Mais ou menos por volta de 1962 e 1963, um dos missionários americanos tomou conhecimento da bela história de conversão do irmão Joaquim Emerich. Seu nome era Gene H. Wise e foi pastor da Igreja Batista Vida Nova em Campinas de 1962 a 1971, uma igreja que hoje caminha conosco na Visão dos Doze. Esse pastor e produtor dirigiu e lançou o filme Nova Vida para Joaquim, filmado em nossa cidade e em nossa Igreja. Samuel foi um dos “artistas”.

Samuel Alves Arruda era o primeiro secretário da Igreja Batista de Ibitinga na ocasião da chegada do movimento de “Renovação Espiritual” que varreu, no bom sentido, as igrejas históricas nas décadas de 50 e 60. Como membro da Igreja ele acompanhou o pastorado de Ciro Costa, de Cornélio Fernandes Vieira e de Wilson Regis, que Deus usou para trazer o avivamento em nossa cidade.

Samuel Alves Arruda estava entre nós na época do derramamento do Espírito Santo que mudou a história de nossa Igreja. Era o primeiro secretário na ocasião dos nossos Estatutos e durante a eleição e ordenação (16.02.1964) de Antenor Lourenço, seu cunhado, no pastorado da Igreja de Ibitinga.

O final de 1964 e inicio de 1965 foram tempos conturbados e ao mesmo tempo gloriosos. O Brasil atravessava os primeiros períodos da Revolução que tinha impedido o Brasil de tornar-se um pais comunista. Mas aqui entre nós a revolução seguia outros traçados. Era uma revolução espiritual que estava em andamento.

Samuel Alves Arruda vivenciou todo esse processo com todos os irmãos daquela época. Foi nomeado evangelista da Igreja em 14 de junho de 1964 e já no mês de Julho uma crise se esboçava dentro da Igreja. A Renovação tinha trazido um anseio salutar por mais santificação. E nessa busca muita coisa começou a ser questionada pela irmandade. Havia um bloqueio muito grande ao envolvimento das irmãs em pinturas e dos irmãos com maçonaria e freqüência a cinema, atividades que estavam se tornando não condizentes com uma vida santificada.

Como não estava havendo um tratamento repressivo da parte do pastor, entendia o grupo liderado pelo evangelista Samuel que não havia condições para permanecer na mesma Igreja. Compreendiam que o melhor caminho seria desligar-se da Igreja Batista e criar outra Igreja. Um debate acalorado aconteceu em julho de 1964. O Pastor Antenor achou por bem entregar seu cargo se a Igreja entendesse que ele não estava agindo conforme a doutrina no exercício da função na qual tinha sido empossado a alguns meses apenas. Mas a Igreja como um todo não aceitou a renuncia do pastor Antenor. Samuel entendeu que ele deveria, então, se desligar.

Mas Deus agiu mais uma vez e o Espírito Santo agiu com poder. Os debates foram intensos mas a prudência prevaleceu. Todos continuaram unidos e a igreja nomeou uma comissão para tratar com os membros apelidados de “cinemistas” e fechou a porta para a maçonaria entre os participantes da Igreja. Uma parte dos “cinemistas” retrocedeu e outra parte foi excluída.

Com relação à pintura das mulheres, convencionou-se em agir com moderação. O ensino seria transmitido e seria aconselhado às irmãs que fossem cuidadosas com roupas e enfeites. A situação se acalmou e a Igreja prosseguiu unida. Foi um dos períodos de maior explosão do avivamento. Dezenas e dezenas de pessoas estavam se convertendo. Vigílias eram concorridas. O Espírito do Senhor continuava a ser derramado na cidade e na região. Já se pensava em um novo templo porque o que existia já “não acomodava mais os que procuravam a Igreja”.

Mas o anseio por uma vida “santificada e visível” continuava a existir no meio dos irmãos. Em meados de 1965, o evangelista Samuel já dirigia cultos em uma congregação que tinha sido levantada nos altos da cidade e no mês de Julho foi nomeado para ser evangelista e professor de adultos na Congregação de Iacanga e, como tal, já tinha acesso ao serviço diaconal servindo a Santa Ceia.

Mas nessa mesma ocasião, em um Retiro nas proximidades de São Paulo, o evangelista Samuel teve contato com um grupo de irmãos das Igrejas Batistas do Rio de Janeiro. Esses irmãos faziam parte do movimento conhecido na ocasião como “Restauração” e que teria recebido de Deus ordens para restaurar costumes dos tempos do Novo Testamento dentro da Igreja de Cristo, sob a liderança do Pastor Magno Guanaes Simões, da Igreja Batista de Bonsucesso (RJ).

Ao retornar do Retiro, o evangelista Samuel estava convicto de que Deus tinha uma missão especial para ele. Não teria como continuar dentro da Igreja Batista de Ibitinga. No dia 8 de agosto de 1965 ele pediu exclusão do nosso rol de membros. Com ele estava a esposa, o sogro e a família de Everaldo Gabriel. No mês de setembro mais 10 irmãos se uniram a ele.

A Igreja Batista de Ibitinga, em assembléia concorrida, decidiu que o caso desses irmãos não era de exclusão. Não estavam se afastando do Senhor. Estavam se desligando para iniciar “outro trabalho”. Assim sendo, num feliz ato de amor e comunhão, a Igreja decidiu que todos esses 16 irmãos receberiam a carta “demissória”, um documento que só se entregava para outras igrejas batistas e que, nesse caso, pela primeira vez, foi concedido a irmãos que iam para outra denominação.

Os anos seguintes não foram fáceis. Muito mal entendido, muita acusação, muito choro, muito ressentimento de parte a parte. Mas Deus usa o tempo para curar feridas incuráveis. Um dia Deus uniu a família na residência dos meus avós: Luiz e Laura. Os laços de amor familiar foram refeitos.

Mais alguns anos e as cicatrizações foram sendo feitas por obra e graça do Senhor. Meu tio seguiu seu caminho, um caminho que ele seguiu até o fim por entender que era sua missão. O que ele fez a partir de 1965 deve ser objeto de outro historiador. Minha função aqui é dizer como foram os primeiros momentos quando ainda estava entre nós.

Deus chamou meu tio num momento em as relações entre minha família e a ele eram as melhores de todos os tempos. Um dia meu tio afirmou que se pudesse começar tudo de novo com certeza pregaria as mesmas coisas mas muitas atitudes seriam diferentes.

Um momento especial para mim foi quando o representante do ministério que ele criou, seguindo orientação do vice presidente, convidou-me a dizer algumas palavras e eu tive que declinar simplesmente porque não tinha condições emocionais de dizer nada. Agora, todavia, passados já alguns dias, estou tendo condições de, pelo menos, escrever...

Mas uma das melhores frases que ouvi foi de meu próprio pai. Estava na Avenida Perimetral em seus exercícios diários quando, disse ele, parou e e pensou: Deus! Não posso acreditar! O Samuel morreu!!! E logo agora que ele estava tão amigo..... E sem ter o que dizer, em ação de graças, simplesmente chorou.

A Deus todo o louvor e toda a glória para sempre.

(marcos Antonio arruda Lourenço – apenas um sobrinho)

5 comentários:

Unknown disse...

REALMENTE O PASTOR SAMUEL DEIXOU UM EXEMPLO DE MUITA CORAGEM NA SUA PASSAGEM NESTE MUNDO, QUANTO A NÓS DEVEMOS PERMANECE FIÉIS PARA QUE POSSAMOS RECEBER A COROA DA VIDA
EV: AIRTON DA SILVA SANTOS

Anônimo disse...

meu nome é irmão francisco sou batizado nas aguas em nome do Senhor Jesus o Senhor dos Exercitos vim conhecer o ministério por um conhecido de muitos anos e o Senhor Jesus na morte o pastor samuel alvez arruda quando vim em ebitinga colocou a maõ em minha cabeça ja sabia das obras dele pois o mesmo cristo que apareceu para mim na morte me falou do varaõ falecido e quando eu era criança ja era unicista agora meu amigo espiritual samael alvez arruda esta com meu mestre o Senhor Jesus na groria amem .irmãos estou fora da obra porque um homem quiz calar minha boca porque Deus fala nela .

Anônimo disse...

Quando me dei conta de que precisava de Deus em minha vida, ainda que seguisse o catolicismo com todo o fervor entendia que existiam outras coisas que deveriam ser obedecidas, passei então, juntamente com minha esposa e minha mãe, a ouvir as mensagens "dos crentes" pela Radio Ibitinga. Naquele tempo, fins de 1.980 e 1.981, os programas eram em seqüência, um após o outro, e eram transmitidos pelas igrejas Batista, Adventista, Assembléia de Deus e Restauração. Não me lembro bem a ordem de apresentação. Mas fui muito bem alimentado naquele tempo e entendi que deveria receber o batismo em nome de Jesus, e assim, em 31/01/82 eu e minha esposa fomos batizados em nome de Jesus nas águas do rio Ribeirão dos Porcos, entre Ibitinga e Itápolis, e passei a participar da Igreja Obra em Restauração. Foram dois anos no Paraíso (acho que todos os recém nascidos se sentem assim durante um tempo, depois o mundo volta a aparecer em nossas vidas). Depois de alguns anos fui consagrado a Evangelista e posteriormente a Pastor. Passei então a me sentir responsável pelas ovelhas, ainda que o Pastor Samuel fosse o Pastor Presidente eu sempre o procurava para explicar as revelações que Deus me dava, e também me cobrava atitudes. Chegou o tempo em que tive que me afastar da Igreja e hoje vejo por este excelente artigo do amado Pastor Marcos, que ocorreu comigo o mesmo que foi com o Pastor Samuel em relação à Igreja Batista. Atualmente, com o coração refeito e limpo por Jesus Cristo, considero a todos que servem ao Mestre como meus irmãos, ainda que alguns ainda façam acepção. Mas sou grato a Deus e a todos os Pastores que anunciaram e anunciam a Palavra de Deus, porque por eles aprendi, continuo e sei o caminho a seguir. Somente Deus para retribuir todo o bem que fizeram a mim e a tantos outros. Pastor Samuel, Pastor Antenor, Pastor Ângelo Chiquési e muitos outros. Deus abençoe a todos, e façamos como nos foi ensinados sendo sempre vigilantes porque nosso adversário, que não é igreja nenhuma mas satanás, anda em derredor buscando a quem possa enganar e tragar. A graça e a paz do Senhor Jesus Cristo esteja com todos. Amém.

Unknown disse...

A paz do Senhor Jesus , tenho grande alegria de fazer parte dessa igreja revelada ao nosso amado memoravel pastor Samuel A. Arruda . Hoje tenho o prazer aos 30 anos de idade de levar esse evangelho aos escolhidos por Deus. Sou de Hortolandia SP e conheço esse evangelho atravez de meus pais Celso Viana e Vania Viana que na época moravam em Sumaré . Ouve muitas mudanças mas pra mim continuo vivendo a mesma revelaçao dada ao memoravel Pastor Samuel A. Arruda.

DJALMA BARBOSA DO VALLE disse...

A obra da Restauração acabou desviando do propósito inicial de não ser uma denominação. Criou o clero e oficializaram o dízimo. Saíram fora daquilo que estava proposto.